sábado, 3 de julho de 2010

ANGRA 3 - Sindicato decide parar obra até segunda

Angra dos Reis


Os trabalhadores obra da Usina Nuclear Angra 3 decretaram em assembleia realizada na manhã de hoje a paralisação total dos serviços, por dois dias - quinta e sexta-feira. A decisão foi tomada porque a reunião realizada entre os representantes da empresa Andrade Gutierrez e a diretoria do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada de Angra dos Reis e Paraty (Sticpar), não teve resultados positivos.


- Os trabalhadores ficaram muito insatisfeitos com as propostas, os valores apresentados são sempre os mesmos, e por isso eles aprovaram uma nova paralisação. Até segunda-feira todas categorias estarão de braços cruzados - disse o presidente do sindicato, Donato Borges da Silva Filho.Porém, após a assembléia realizada com os trabalhadores, a diretoria do sindicato se reuniu com representantes da Andrade Gutierrez. Segundo as informações do sindicato, a empresa afirmou que irá pedir ao Ministério do Trabalho que o movimento seja considerado ilegal, devido ao fato da data base ter sido definida em fevereiro.


Mas o sindicato alega que a empresa descumpriu o primeiro acordo da data base, e que houve outras negociações relacionadas ao reajuste salarial que ocorreram em abril, e novamente no mês de junho. Por isso o sindicato acredita que o movimento não esteja irregular.- Fizemos tudo conforme a lei, e não temos motivos para ter medo. Se for decretada a ilegalidade do movimento, o máximo que pode acontecer é os trabalhadores perderem os dias de trabalho, o que infelizmente era o risco que corríamos - destacou Donato.


A Andrade Gutierrez informou que as negociações com o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada de Angra dos Reis e Paraty estão em andamento e que a expectativa é que, muito em breve, haja um consenso adequado tanto para os trabalhadores quanto para a companhia.

O movimento

Desde o início da semana, os trabalhadores iniciaram uma greve para garantir a volta da empresa Andrade Gutierrez à mesa de negociações, e igualar os valores pagos pela empresa Gutierrez com os da CNO. Como a empresa aceitou negociar, os trabalhadores retornaram aos postos de trabalho na terça-feira, porém ainda em "estado de greve".


Desde o começo do movimento, os trabalhadores buscam reajuste salarial de acordo com cada função - variando de 12 a 17 % de aumento; aumento na cesta básica, alterando de 70 para 150 reais; e a extensão do plano de saúde aos familiares dos trabalhadores. Na reunião de terça-feira, a Andrade Gutierrez sugeriu um reajuste salarial de 7% para as categorias de pedreiro; carpinteiro; armador; marteleiro e servente. Para os cargos de eletricista; pintor; soldador e jaticista foram oferecidos 2% de aumento. E para as demais categorias não houve propostas.

Fonte: Jornal Diário da Vale


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